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terça-feira, 26 de julho de 2011

Extra-campo impulsiona recuperação da Celeste


Matías Vecino marcou o gol da volta
do Uruguai às Olimpíadas (Reprodução/
Facebook/Selección Uruguaya de Fútbol)

O Uruguai venceu o Paraguai no último domingo (24) e conquistou sua 15ª Copa América. Mesmo com a quarta colocação na última Copa do Mundo, em 2010 – a melhor equipe sul-americana no torneio –, a equipe não era tão favorita quanto Brasil e Argentina. O resultado confirma o processo de recuperação do futebol uruguaio, não só da seleção principal.

Este ano, a Celeste foi vice-campeã do Sul-Americano Sub-20, garantindo o retorno aos Jogos Olímpicos depois de 84 anos (17 edições). A última participação do Uruguai foi em 1928, em Amsterdã, quando conquistou a medalha de ouro.

Além de voltar às Olimpíadas, este ano a seleção uruguaia foi vice-campeã mundial Sub-17. Em 2010, surpreendeu ao chegar às semifinais da Copa do Mundo depois de 40 anos, terminando à frente de Brasil e Argentina. Recentemente, o Uruguai vem tendo dificuldades para conseguir se classificar para a Copa do Mundo.

Fora os últimos resultados da seleção, o Peñarol foi vice-campeão da Taça Libertadores da América, tornando-se o primeiro clube uruguaio a disputar o título depois de 20 anos. Nos últimos cinco, o melhor resultado foi com o Nacional jogando as semifinais em 2009.

Incentivo aos estudos na base

O jornalista Lúcio de Castro revelou em seu blog, no site ESPN.com.br, que o técnico Óscar Tabárez idealizou e coordena desde sua chegada, em 2006, um trabalho de formação humana nas seleções de base.

Quando assumiu o Uruguai, Tabárez promoveu uma peneira para renovar as seleções de base e determinou que se os jovens atletas quisessem continuar treinando, não poderiam abandonar os estudos. Um exemplo para o Brasil.

É comum ouvirmos muitas pessoas em nosso país, não só jogadores, contando sobre a infância pobre e que precisaram abandonar os estudos para ajudar a família trabalhando. Para Lúcio de Castro, os jogadores da base no Brasil são tratados como bichos e “confinados em alojamentos por meses, anos, saindo (...) apenas para treinamentos. A mente sendo deixada atrofiada...”.

Na época que Lúcio escreveu em seu blog, a seleção sub-20 do Uruguai tinha acabado de ser goleada pelo Brasil, 6 a 0, ficando com o vice-campeonato sul-americano. Ainda assim, esse time da Celeste pode ser um exemplo para o futebol brasileiro: todos os jogadores uruguaios terminaram o primeiro grau; dos 22 atletas, dez terminaram o segundo grau e alguns, segundo o jornalista, ingressaram na universidade.

Luis Suárez comemora com a Copa América.
Ele fazia parte da seleção sub-20
quando Tabárez implantou a nova filosofia.
(Reprodução/Facebook/
Selección Uruguaya de Fútbol)
Lúcio de Castro conta que, com mais educação e incentivo ao surgimento de lideranças, surgem jogadores com maior senso crítico, muitos se rebelaram contra seus empresários, como o atacante Luis Suárez e o meio-campista Nicolás Lodeiro, atletas das categorias sub-20 e sub-17, respectivamente, quando Óscar Tabárez chegou.

Em 2007, Lúcio de Castro entrevistou o psicólogo Gabriel Gutierrez, que até hoje trabalha com todas as seleções de base do Uruguai e também esteve com o time principal na Copa do Mundo de 2010. Gutierrez esclarece que deve haver alternativa para os atletas caso não tenham carreiras de sucesso.

- Menos de um por cento chega a ser profissional. Seria muito irresponsável estimular que o futebol é a salvação, quando a estatística marca que 99% não irão se salvar.

Entre os clubes que disputam o Brasileirão, o Santos mantém um espaço dentro da Vila Belmiro para reforço e acompanhamento escolar dos jogadores das equipes de base. Já o Metropolitano anunciou que o Centro Metropolitano de Formação de Atletas começa ano que vem. O projeto do clube blumenauense também inclui acompanhamento escolar.

União por objetivos comuns trazem resultados

Em entrevista ao site globoesporte.com, Jorge Fossati, último técnico do Uruguai antes de Tabárez, citou o fim do “vício empresarial” como uma das razões da recuperação.

- Tinha muita coisa errada na mentalidade dos diretores, dos clubes. A seleção não era o time de todos. Cada um queria sua vantagem. E o torcedor reagia de outra forma. Dizia que os jogadores não tinham fome de glória, que só jogavam pelo dinheiro. Hoje, a coisa mudou completamente. Dá para sentir que é uma nova etapa. Os torcedores estão com uma mentalidade diferente. Os diretores perceberam que aquilo que é bom para o clube também é bom para a seleção. Acho que foi uma mudança geral, que também envolveu a imprensa. Todos pararam de ver a seleção como um lugar de negócios.

Continuidade

Durante a transmissão de Uruguai e Paraguai na ESPN Brasil, o jornalista Paulo Vinícius Coelho comentou que uma das razões da recuperação da seleção uruguaia foi a manutenção do treinador.

O atual técnico, Óscar Tabárez, treina a Celeste desde 2006. Segundo matéria publicada pelo site globoesporte.com, o último a comandar o Uruguai por tanto tempo foi Omar Borrás, de 1982 a 1987. Entre anos de 1990 e 2006, a seleção uruguaia trocou nove vezes de treinador. Cinco deles foram demitidos depois de cerca de um ano.

Com todas essas mudanças e a recuperação da seleção uruguaia, acredito que é possível um novo Maracanazo em 2014. Torcerei para que isso aconteça caso Ricardo Teixeira continuar presidindo a CBF e se persistirem os casos de corrupção, superfaturamento, politicagem, etc na organização da Copa do Mundo de 2014.

Com informações do globoesporte.com, ESPN.com.br, site oficial do Santos FC e Wikipedia

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Metropolitano apresenta novidades para a Série D





Metropolitano conta com 30 jogadores
para a Série D (Kunimund Krönke Junior)

O Metropolitano apresentou o elenco para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série D. Além da equipe, imprensa e torcedores conheceram também o novo uniforme e o projeto de formação de atletas. O evento aconteceu ontem (19) no auditório do Complexo Esportivo do Sesi. O time estreia sábado contra o Cruzeiro, em Porto Alegre.

Antes de os trinta atletas serem chamados ao palco, o técnico Lio Evaristo brincou com o público e pediu comprometimento do elenco e apoio dos torcedores. O treinador respondeu que o time provavelmente jogará a estreia no 3-5-2 porque os atletas estão acostumados, mas ao longo do campeonato o esquema pode mudar para o 4-4-2, já que, segundo Lio Evaristo, é tendência usar linhas de quatro no futebol atual.

Já o uniforme mudou pouco. A diferença mais perceptível foi a marca da empresa Foz do Brasil nas costas sobre o número, espaço que estava vazio durante o Campeonato Catarinense 2011. A Foz também patrocina a equipe da Associação de Pais e Amigos do Basquete (Apab) e os times profissionais de handebol de Blumenau.

A novidade na camiseta é a marca
da empresa Foz do Brasil (Kunimund Krönke Junior)
O Metropolitano estreia neste sábado (23), às 15h, contra o Cruzeiro, em Porto Alegre. O Campeonato Brasileiro – Série D começou no último final de semana. Pelo grupo A8, o mesmo do Metrô, o Cianorte (PR) venceu o Cruzeiro (RS) e o Juventude (RS) goleou o Brusque.

Série D – 1ª rodada
Cianorte 1-0 Cruzeiro
Juventude 4-0 Brusque

Projeto de referência na base

Antes da apresentação do elenco, o diretor social do Metropolitano, Ronei Schultze explicou o Centro Metropolitano de Formação Esportiva. Com a aprovação do Ministério do Esporte no começo do mês, pessoas jurídicas e físicas podem investir no projeto parte do valor a ser pago como Imposto de Renda. Segundo o diretor, é necessário cerca de R$ 1,6 milhão e as atividades começam em janeiro de 2012, quando o clube completa 10 anos. O objetivo é se tornar referência na formação de atletas no Vale do Itajaí.

O presidente do clube, Edson Pedro da Silva, o “Pingo”, fez um discurso de união em torno da equipe e acredita que, com a chegada de mais investimentos, fruto da mobilização de representantes do empresariado, o Metropolitano pode competir em igualdade de condições com a maioria dos clubes de Santa Catarina.

Com informações da Folha de Blumenau.



Atualizado com texto e fotos às 19h37

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Skatistas pedem mais pistas e manutenção; FMD culpa mau uso


Skatistas reclamam das condições para a prática do esporte em Blumenau. Para eles, faltam lugares apropriados e não há manutenção dos que já existem. Assim, muitas pessoas andam de skate nas ruas, onde nem todas as calçadas estão bem conservadas. (Veja o vídeo com os depoimentos) Nem o fim da proibição de skates no Centro de Blumenau garantiu mais espaço.


Segundo Rogério Groh, o Lelo, secretário da União Blumenauense de Esportes Radicais (UBER) e diretor do comitê de modalidades da Federação Catarinense de Skate (FCSKT), além da pista pública do Parque Ramiro Ruediger, existem quatro mini-ramps espalhados por praças em Blumenau, a maioria “abandonados”, sem manutenção adequada. Lelo diz que a UBER busca conscientizar a prática do skate em lugares adequados, “construídos conforme as normas técnicas”.

O diretor de patrimônio da Fundação Municipal de Desportos (FMD) de Blumenau, Vanderlei Mateus, afirma que a má condição das pistas é culpa do mau uso tanto de skatistas, quanto de praticantes de BMX. “Eles não esperam e vão usar a pista no mesmo dia que é feito o reparo. Não dá tempo para o material endurecer. Assim é difícil interditar a pista para fazer algum conserto ou pintura”. O diretor da FMD informa que a manutenção da pista do Parque Ramiro Ruediger será feita uma vez por ano, em janeiro, quando há menos atividade.

Em entrevista ao site ESPN.com.br, o presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), Marcelo Santos, afirma que pistas de skate são feitas geralmente por prefeituras e/ou governos estaduais. “Como sabemos, no nosso país, a execução de qualquer obra pública é muito demorada e burocrática, o que às vezes faz com que uma pista demore anos para sair do papel, até ser inaugurada.”

Falta espaço na rua

Até 2007, a Lei Ordinária nº 5211/1999 proibia o skate em calçadas, ruas, corredores de ônibus e em uma área limitada pelas ruas Dr. Amadeu da Luz e 7 de Setembro, Alameda Duque de Caxias (Rua das Palmeiras) e Avenida  Presidente Castelo Branco (Beira Rio). Além do recolhimento do skate, quem desrespeitasse a lei era obrigado a comprovar o pagamento da multa e das despesas de manutenção no depósito da prefeitura para recuperar sua “prancha”.

Com o fim da lei, os guardas pedem que os skatistas andem sobre a calçada. “Pedimos pro pessoal sair da rua, que é perigoso, e cuidar para não atropelar as pessoas na calçada. O certo mesmo é andar em lugares apropriados”, afirma o coordenador de trânsito do Serviço Autônomo Municipal de Trânsito e Transportes de Blumenau (Seterb), Roberto Neves.

Este ano foi organizado pela primeira vez um evento em comemoração ao Go Skateboarding Day em Blumenau. Oficialmente, comemora-se a data no dia 21 de junho (uma terça-feira), mas os eventos foram antecipados em Blumenau para não atrapalhar o trânsito.

Segundo skatistas que participaram do evento, não é possível usar o skate como transporte alternativo em Blumenau (confira no vídeo abaixo). Apesar de não recomendado pelas autoridades de trânsito, alguns skatistas vão pela rua e reclamam que os motoristas não os respeitam. Outro problema é a falta de manutenção das calçadas.




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Menino mostra sua habilidade. Há um instrutor à disposição
no Parque Ramiro para quem quiser aprender
a andar de skate. (Reprodução/Lelo Conceptboards)
Se seu(sua) filho(a) quiser aprender a andar de skate, prepare-se para gastar com o equipamento. Em compensação, você pode levá-lo(a) ao Parque Ramiro Ruediger, onde um instrutor está à disposição na pista para ensinar noções de skate.

Juntando skate montado (R$ 138, em média), kit de segurança (R$ 105) e capacete (R$ 65), o equipamento inicial básico para crianças custa a partir de R$ 308,00, em média. Os preços podem variar dependendo da loja e da qualidade dos produtos. Além disso, comerciantes dizem que é possível escolher cada peça do skate, o que vai deixar o equipamento mais caro. A maioria dos kits de segurança inclui joelheiras, cotoveleiras e wristguards, que prendem os punhos para evitar lesões.

De acordo com George Gonçalves, instrutor no Parque Ramiro Ruediger, e Maicon Mattos, que trabalhou como monitor no evento em comemoração ao Go Skateboarding Day, aprender a andar de skate se parece com as primeiras pedaladas na bicicleta. Depois de o aluno subir em cima do skate, o professor observa se ele tem equilíbrio. Então, eles se movimentam, com o instrutor segurando a mão da criança até ela soltar. Depois o professor ensina a "remar" – dar impulso com o pé. Interessados podem ir à pista de skate do Parque Ramiro Ruediger sábados das 9h às 12h.

Segundo pesquisa Datafolha de 2009, cerca de 3,8 milhões de pessoas andam de skate no Brasil, um crescimento de quase 20% em relação a 2006. Do total, 25% têm até 10 anos de idade e 30% entre 11 e 15. Em Blumenau, a União Blumenauense de Esportes Radicais (UBER) está fazendo um levantamento do número de skatistas, junto com lojas especializadas e apoio da Federação Catarinense de Skate (FCSKT).

A UBER organiza campeonatos de skate, BMX e patins inline (roller), mas, de acordo com o secretário da organização, Rogério Groh, o Lelo, competições e outros projetos só acontecerão neste segundo semestre, depois das eleições na associação. A UBER surgiu oficialmente em 1998 para, entre outras coisas, lutar pela construção da pista no Parque Ramiro Ruediger.

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