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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Domingo no parque para conhecer a cena metal de Blumenau

Steel Warrior foi a única banda a tocar nas duas últimas edições.
 Festival  não foi realizado durante quatro anos
por falta de datas e locais disponíveis.
Centenas de blumenauenses frequentam o Parque Ramiro Ruediger para passear com a família e praticar esportes. No último domingo (2), cerca de 400 pessoas do Vale do Itajaí e do Litoral foram assistir à volta do Blumetal. Sete bandas subiram ao palco montado próximo à saída da rua Alberto Stein. Houve também arrecadação de brinquedos usados, que serão entregues a crianças carentes no dia 12 de outubro.

Segundo um dos organizadores, Rafael Cidral, conhecido como Khamus, o festival serviu para mostrar o trabalho das bandas independentes. “Escolhemos bandas conhecidas e de diferentes estilos para o pessoal ter ideia como é a cena. Algumas pessoas não sabem que existe aqui, nem que as bandas são profissionais.” Outro objetivo foi tentar apagar a imagem ruim, “de drogado”, que os rockeiros da cidade têm. “Tu vê aqui pai brincando com a criança no meio da galera”, conta o organizador do evento. A intenção após a realização do festival deste ano é tentar inseri-lo no circuito cultural da cidade.

O Blumetal no Parque foi a quinta edição e fez parte das comemorações do aniversário de Blumenau. O festival aconteceu em 2005 (duas vezes), 2007 e 2008. A banda Steel Warrior foi a única que tocou na edição anterior e também neste domingo. Após o show, o vocalista André Tulipano (na foto à direita) comparou a organização dos dois eventos. “Já era bom e ficou ótimo, com cara de palco alternativo do desses festivais da Europa”, comentou, com a experiência de quem já se apresentou em Portugal, Bélgica e Alemanha.

Durante quatro anos o evento não foi realizado por falta de lugar e datas disponíveis. “Fazemos quando dá porque é caro. Todo festival o dinheiro vai todo pra pagar despesa”, revelou Khamus. A prefeitura colaborou permitindo realização do evento no parque. Através de um projeto, Fundação Cultural de Blumenau cuidou da parte burocrática e providenciou o pagamento do aluguel da estrutura do palco, entre outros custos. Além disso, músicos da cidade ajudaram com o equipamento de som.

Comércio do parque “riu litros”

O som pesado não mudou a rotina de quem vai ao Parque Ramiro Ruediger caminhar, praticar esportes, reunir-se com os amigos ou passear com a família. Os frequentadores até elogiaram o evento. “Eu nem gosto de rock, mas é sempre bom ter alguma coisa diferente”, disse uma adolescente. Além de não se incomodar, muitos frequentadores ficaram curiosos e pararam para ver, à distância, os shows.

Enquanto as bandas tocavam, o movimento também cresceu no bar dos clubes de caça e tiro, instalado dentro do parque. “Aumentou uns 1000%!”, respondeu sorrindo uma atendente, enquanto uma fila saía pela porta, ocupando um pedaço da pista de caminhada. Segundo a mesma funcionária, em dias normais são servidos cerca de 300 litros de chopp, em média. Essa quantidade representa 1.000 copos de 300 ml cada.

Saiba mais sobre os shows aqui.

Headbangers invadem Ramiro e haveria Blumetal todo ano se dependesse só deles

Sete bandas se apresentaram durante o Blumetal no Parque. Foram seis horas ao som de covers e músicas próprias de heavy, thrash, death, power metal, nu metal e rock gótico. Segundo estimativa deste blogueiro, mais de 400 pessoas assistiram aos shows. O público aumentou a partir da terceira banda e parece não ter gostado de apenas um show. Se depender só da manifestação do público e das bandas convidadas, teremos Blumetal todos os anos.

Diferente do que costuma acontecer no Brasil, a banda 7Bullets começou adiantada, pouco antes das 14h. Talvez por ser um dia em que as pessoas geralmente esticam o almoço, o público ainda era pequeno, mas bem animado. Os fãs cantaram junto com o quarteto clássicos do metal – Megadeth, Ozzy Osbourne, Metallica. A banda também aproveitou para mostrar a música própria “Devil´s Eye”. No final, 7Bullets tocou “Seek and Destroy” (Metallica) e, atendo aos pedidos de bis, terminou o show com “Killing in the Name”(Rage Against The Machine).

Embora os integrantes fossem adolescentes, a banda recebeu elogios do público. “Apesar de serem bem iniciantes, tem boa presença de palco”, comentou um homem que fotografava o show. “Foi o melhor show da 7Bullets. Interagimos bastante com o pessoal, só não tinha essa galera toda [que chegou depois]”, disse, grato pela chance, o vocalista e guitarrista Bruno Jankauskas, o “Janka”. “Espero que chamem a gente de novo.”

Sem o tradicional “uniforme” todo preto das bandas de death metal, Allgreed foi a segunda a subir ao palco. Não empolgou tocando covers de Death, Misantropy e Dying Fetus e uma composição própria, “Mass Manipulation”. Aconteceram duas rodas punks durante o show, mas duraram pouco.

O show da banda Indrama (foto) aproximou o público do palco. Considerada a revelação catarinense de 2012, o quinteto de nu metal tocou três músicas próprias, além de covers. O público cantou junto, “bateu cabeça” e aplaudiu muito quando terminou o show.

Com três trabalhos de estúdio gravados e quinze anos de carreira, a banda Masterpiece apresentou algumas músicas do álbum “Heirs of Freedom”, lançado em fevereiro de 2012. O público já sabia as letras do material novo e também cantou composições de outros trabalhos do quarteto de heavy/trash metal, além do cover de Anthrax. A empolgação foi tanta que calor não impediu que acontecessem três rodinhas. (Confira a reação do público no vídeo abaixo.)

Banda de heavy/thrash metal empolgou o público durante o Blumetal no Parque.
Além de músicas próprias, Masterpiece tocou um cover de Anthrax

Quinta banda da tarde, a Steel Warrior fez a plateia cantar algumas músicas dos quatro trabalhos de estúdio. O quarteto de heavy/power metal também tocou dois covers: “Don´t Talk To Strangers” (Dio) e “Riding the Storm” (Running Wild).

Já era noite quando a banda L.A.D.Y. subiu ao palco. Pouco ou nada lembrou a imagem triste, introspectiva e obscura que outras pessoas têm dos góticos. Durante o show da banda de rock gótico, o público cantou, pulou e bateu palmas ao som de seis covers, com direito à rodinha em “Ich Will” (Rammstein). Destaque para o vocalista Eduardo Junckes, que sempre usa muitos gestos e outros recursos da linguagem corporal para interpretar as músicas. Outro frontman, Andryo Dias, da banda Indrama, fez participação especial em “It´s All Night”, música própria da L.A.D.Y.

Fechando o festival, a banda Perpetual Dreams tocou seis músicas próprias dos álbuns “Arena” (2005) e de “The Eternal Riddle” (2010). Por serem os últimos, o quarteto de heavy metal sentiu a plateia cansada, a ponto de agradecer o público que permaneceu por até sete horas. O show empolgou os fãs com um repertório que incluiu, além das músicas próprias, o cover “Dream On” (Aerosmith). No fim, o público pulou, cantou e fez rodinha nas músicas “A Tout Le Monde” (Megadeth) e, principalmente, “Fear of the Dark” (Iron Maiden).

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Veja mais fotos do show aqui, aqui e aqui.