Em 4 de outubro deste ano, o Brasil passou ter 29 partidos
políticos. O último a ter pedido de registro atendido pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) foi o Partido Pátria Livre (PPL). Para que organizações
semelhantes tenha o direito de participar das eleições, devem ter a confirmação
até um ano antes da disputa.
A meta do PPL é eleger em 2012 pelo menos 100 vereadores
pelo Brasil. “A gente entende que isso não é algo muito difícil de alcançar. A
nossa penetração no interior de São Paulo e na própria capital é muito grande”,
revela o presidente do diretório municipal do PPL em Blumenau, Adriano Mendes.
Apesar do otimismo, o partido entende que as eleições do ano que vem servirão
principalmente para “apresentar o partido à comunidade”. Segundo dados do TSE,
o PPL tem 101 filiados que podem se candidatar em Santa Catarina. Interessados
em concorrer devem entrar para algum partido até um ano antes da eleição. O PPL
também já planeja lançar candidatos a deputado em 2014.
“Trabalhamos o ano
inteiro, não apenas perto da eleição. Discutimos questões do Brasil através do jornal Hora do Povo, por exemplo, em
nossas atividades nas entidades sindicais, estudantis, dentro do partido, na
comunidade em geral e onde mais nossos militantes participem”, explica Mendes,
respondendo á críticas de que são “só mais um partido”.
Para Darlei de Andrade Dulesko, mestre em
Ciências Sociais, “a criação de mais uma partido nanico” servirá apenas para
negociar cargos em estatais e alianças em períodos eleitorais. “O sistema
político brasileiro precisa de uma reforma. Temos que pensar em outros
mecanismos de representatividade, como o voto distrital, por exemplo.”
Mesmo sem existir oficialmente em 2010, o partido apoiou a
então candidata Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais. “A companheira
Dilma, embora não seja do nosso partido, demonstrou coerência no que o governo Lula
fazia”, disse o presidente do diretório municipal do PPL, Adriano Mendes. “O
presidente Lula mudou o Brasil de rota”, diz o militante, lembrando as
privatizações do governo FHC, a situação dos programas sociais e a criação de
novas universidades federais a partir de 2003. “O Brasil também conquistou
respeito e posições importantes. Receber a Copa do Mundo foi o grande prêmio
que o Brasil recebeu nesses oito anos de governo Lula. Descobriram que a
capital do Brasil não é Buenos Aires que [o país] não só exporta.”
Relação com o PMDB
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Adriano Mendes: "Não tínhamos espaço dentro do PMDB" |
O Partido Pátria Livre (PPL) foi fundado em 21 de abril de
2009 por militantes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8), grupo que
atuou na luta armada contra a Ditadura Militar. Com a redemocratização, os
membros do MR8 passaram a integrar o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB). O presidente do diretório municipal do PPL em Blumenau,
Adriano Mendes, nega que tenha havido uma saída em bloco. “Temos muitos
companheiros oriundos do PSB e do PDT, por exemplo”, revela.
Segundo Mendes – ele mesmo um dos ex-peemedebistas da nova
sigla −, os militantes do MR8 tinham dificuldade em se expressar dentro do PMDB. “Sempre
a nossa opinião tinha que passar por um filtro. O nome Partido Pátria Livre expressa
tudo o que a gente quis dizer. Agora a gente vai poder falar o que a gente
realmente quer, sem filtro.” Apesar das dificuldades, os ‘defensores da pátria
livre’ afirmam que não saíram brigados. “Nós não saímos como oposição ou dissidência
ao PMDB. Ele é primeiro partido que temos na pauta para conversar.”
O presidente do diretório municipal de Blumenau revela que os
integrantes do PPL se sentiam incomodados com as diferentes maneiras como o
PMDB atua nos estados – ora apoiando ideias de esquerda, ora se unindo à
direita. “Se tu pegar o estatuto, [vai ver que] o pensamento do PMDB em relação
ao Brasil é muito parecido com o nosso. O PMDB defende as empresas nacionais e
o Brasil com essa visão nacionalista de defender o seu povo.”