Jovens
protestaram contra preços dos combustíveis em maio. A estatal Petrobras teria sido importante para forçar a queda. (Foto: Jaime Batista da Silva) |
“O Banco do Brasil praticamente foi o único banco comercial
a continuar abrindo, e de uma forma agressiva, crédito pra população na crise
de 2008. Outros se fecharam totalmente ao crédito, com medo da crise econômica.
O BB atuou como um braço do governo, liberando crédito naquele momento que era
preciso”, comentou o presidente do diretório municipal do PPL em Blumenau,
Adriano Mendes. Ele lembra que recentemente os
postos da distribuidora BR, da Petrobrás, foram os primeiros a reduzir os
valores da gasolina e do álcool, forçando a queda nos preços dos combustíveis.
Para Mendes, o setor de telecomunicações no Brasil “é um
desastre” porque telefonia fixa, móvel e transmissão de dados, por exemplo, são
caros, mas não têm qualidade – “a pior do mundo”. A privatização não teria
conseguido modernizar o setor. O presidente do PPL em Blumenau sugere que
alguma estatal poderia assumir o serviço de acesso à internet ou que uma
empresa fosse criada. “A Celesc sinalizou que é possível transmitir o sinal de
internet pelas linhas da energia elétrica. Então, só falta vontade e muito
trabalho. O acesso à internet é importante na educação dos jovens.”
O PPL também acredita que todo o sistema de ensino deva ser
público. Para o presidente municipal, o surgimento de faculdades “como se fosse
franquia de farmácia” não levou em conta a carência em algumas áreas. “A gente
vê o Brasil precisando de 25 mil engenheiros pra poder explorar o petróleo do Pré-Sal.
Então, é uma oportunidade para construir novas universidades e formar novos
profissionais nessa área.” Acompanhando a previsão de diminuição das reservas
de petróleo ao redor do mundo, o partido acredita que as Forças Armadas devam
estar preparadas para proteger o Pré-Sal e outros recursos naturais.
Segundo Adriano Mendes, economia e segurança nacional estão
relacionados. O fato de empresas nacionais (estatais ou privadas) controlarem
da infraestrutura assegura seu funcionamento. “Hoje se apertarem um botão em uma
empresa lá da Espanha, o Brasil fica sem celular. As grandes siderúrgicas não
são mais estatais e são importantes na construção de prédios, equipamentos,
automóveis e tudo mais”, disse o presidente municipal do PPL.
Dinheiro estrangeiro é importante para investimentos do
governo
Para Darlei de Andrade Dulesko, mestre em Ciências Sociais, “o
Brasil, como um grande exportador, não pode abrir mão do capital estrangeiro e
se fechar num estatismo, porque depende da entrada de capitais”. Segundo o
cientista social, a crise econômica na Europa e nos Estados Unidos está
direcionando investimentos internacionais para o Brasil, que deve aproveitar o
momento. “O desenvolvimento econômico é que vai gerar o desenvolvimento social.”
Dulesko entende que, em vez do inchaço da
máquina estatal, o governo deve usar o dinheiro para investir infraestrutura,
saúde, educação e segurança “para que todos os brasileiros possam usufruir
desse crescimento econômico sem ter que sustentar um aparato burocrático
corrupto e inoperante”.
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