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terça-feira, 15 de novembro de 2011

PPL pretende eleger 100 vereadores em ano de apresentação

Em 4 de outubro deste ano, o Brasil passou ter 29 partidos políticos. O último a ter pedido de registro atendido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi o Partido Pátria Livre (PPL). Para que organizações semelhantes tenha o direito de participar das eleições, devem ter a confirmação até um ano antes da disputa.

A meta do PPL é eleger em 2012 pelo menos 100 vereadores pelo Brasil. “A gente entende que isso não é algo muito difícil de alcançar. A nossa penetração no interior de São Paulo e na própria capital é muito grande”, revela o presidente do diretório municipal do PPL em Blumenau, Adriano Mendes. Apesar do otimismo, o partido entende que as eleições do ano que vem servirão principalmente para “apresentar o partido à comunidade”. Segundo dados do TSE, o PPL tem 101 filiados que podem se candidatar em Santa Catarina. Interessados em concorrer devem entrar para algum partido até um ano antes da eleição. O PPL também já planeja lançar candidatos a deputado em 2014.

“Trabalhamos o ano inteiro, não apenas perto da eleição. Discutimos questões do Brasil através do jornal Hora do Povo, por exemplo, em nossas atividades nas entidades sindicais, estudantis, dentro do partido, na comunidade em geral e onde mais nossos militantes participem”, explica Mendes, respondendo á críticas de que são “só mais um partido”.

Para Darlei de Andrade Dulesko, mestre em Ciências Sociais, “a criação de mais uma partido nanico” servirá apenas para negociar cargos em estatais e alianças em períodos eleitorais. “O sistema político brasileiro precisa de uma reforma. Temos que pensar em outros mecanismos de representatividade, como o voto distrital, por exemplo.”

Mesmo sem existir oficialmente em 2010, o partido apoiou a então candidata Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais. “A companheira Dilma, embora não seja do nosso partido, demonstrou coerência no que o governo Lula fazia”, disse o presidente do diretório municipal do PPL, Adriano Mendes. “O presidente Lula mudou o Brasil de rota”, diz o militante, lembrando as privatizações do governo FHC, a situação dos programas sociais e a criação de novas universidades federais a partir de 2003. “O Brasil também conquistou respeito e posições importantes. Receber a Copa do Mundo foi o grande prêmio que o Brasil recebeu nesses oito anos de governo Lula. Descobriram que a capital do Brasil não é Buenos Aires que [o país] não só exporta.”


 

Relação com o PMDB

Adriano Mendes: "Não tínhamos espaço
dentro do PMDB"
O Partido Pátria Livre (PPL) foi fundado em 21 de abril de 2009 por militantes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8), grupo que atuou na luta armada contra a Ditadura Militar. Com a redemocratização, os membros do MR8 passaram a integrar o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). O presidente do diretório municipal do PPL em Blumenau, Adriano Mendes, nega que tenha havido uma saída em bloco. “Temos muitos companheiros oriundos do PSB e do PDT, por exemplo”, revela.

Segundo Mendes – ele mesmo um dos ex-peemedebistas da nova sigla −, os militantes do MR8 tinham dificuldade em se expressar dentro do PMDB. “Sempre a nossa opinião tinha que passar por um filtro. O nome Partido Pátria Livre expressa tudo o que a gente quis dizer. Agora a gente vai poder falar o que a gente realmente quer, sem filtro.” Apesar das dificuldades, os ‘defensores da pátria livre’ afirmam que não saíram brigados. “Nós não saímos como oposição ou dissidência ao PMDB. Ele é primeiro partido que temos na pauta para conversar.”

O presidente do diretório municipal de Blumenau revela que os integrantes do PPL se sentiam incomodados com as diferentes maneiras como o PMDB atua nos estados – ora apoiando ideias de esquerda, ora se unindo à direita. “Se tu pegar o estatuto, [vai ver que] o pensamento do PMDB em relação ao Brasil é muito parecido com o nosso. O PMDB defende as empresas nacionais e o Brasil com essa visão nacionalista de defender o seu povo.”

Adriano Mendes acusa peemedebistas de ir contra o próprio programa do PMDB quando o partido participou da chapa de José Serra (PSDB) em 2006, quando Rita Camata foi candidata à vice. “Nós cumpríamos o programa do PMDB. Podemos dizer que éramos a direita do PMDB porque defendíamos com afinco o programa!”, explica Mendes, terminado em tom de brincadeira.


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