Rock of Ages: O Filme (Rock of Ages, EUA, 2012). 123 min. Musical. 14 anos. (Divulgação) |
Sherrie Christian (Julianne Hough) sai do interior dos EUA para tentar a carreira de cantora em Los Angeles. Ingênua, a garota é roubada quando chega. Aspirante a rockstar, Drew Boley (Diego Boneta) ajuda a moça a conseguir um emprego de garçonete no mesmo lugar onde ele trabalha: o Bourbon Room. A vida dos dois muda quando se apaixonam e a banda de Drew recebe a chance de abrir o último show do Arsenal com o astro Stacee Jaxx (Tom Cruise), antes de o vocalista sair em carreira solo.
A apresentação também pode significar a salvação do Bourbon Room. O lugar passa por problemas financeiros e o dono, Dennis Dupree (Alec Baldwin), espera faturar muito para pagar as dívidas e evitar o fechamento. Além disso, primeira-dama de Los Angeles, Patricia Whitmore (Catherine Zeta-Jones), e seu grupo de senhoras conservadoras querem acabar com o Bourbon Room e outros bares para livrar toda a região da “má influência” do rock ‘n’ roll.
“Rock of Ages: O Filme” fica em cartaz até esta quinta-feira (20) no cinema do Shopping Neumarkt e já passou pelas salas do Blumenau Norte Shopping e do Park Europeu. A previsão é que em outubro sejam lançados DVD e Blu-ray nos EUA.
Adaptado de um musical da Broadway, “Rock of Ages: O Filme” acontece no final dos anos 80, época em que o hard rock – também chamado (erradamente) de heavy metal ou “metal farofa” – começa a perder espaço. Cheia de sucessos da época, a trilha sonora empolga os fãs do estilo e os faz cantar, ainda que timidamente, junto com os personagens. Destaque também para a atuação da dupla Russell Brand (Lonny Barnett) e Alec Baldwin.
Por outro lado, incomoda o excesso de cenas em que simples diálogos se transformam em números musicais. Além da repetição, as versões originais têm melodia aguda e a voz doce da atriz Julianne Hough deixa as músicas enjoativas.
Como a maioria das superproduções de Hollywood, o filme mostra muitos clichês: pessoas que saem do interior em busca do sucesso na cidade grande, a fama a qualquer custo, a história de que o amor supera tudo, entre outros. No caso específico da música, aparecem (de novo) o rock resistindo à sucessão dos modismos, o abuso de álcool e a suposta ligação do rock com o diabo.
O enredo também desfaz a imagem sensual e de mulherengos que têm os astros de rock. Tanto Stacee Jaxx, como Drew cantam músicas que parecem inspiradas em alguma experiência amorosa. Além disso, o musical brinca em alguns momentos com outros clichês do show business, como o perfil de artista que cantou em coral de igreja e foi incentivado por parentes a seguir carreira na música. São mostradas ainda as excentricidades dos rockstars, incluindo o visual andrógino.
Sem o encanto de Hollywood
Cenário da maior parte de "Rock of Ages", o Bourbon Room passa por uma situação que tem se repetido em Blumenau. Longe de toda a maquiagem romântica de um musical de Hollywood e respeitadas as diferenças de tempo e espaço, aqui vários redutos do rock enfrenta(ra)m diversas dificuldades. Por isso, rockeiros de Blumenau, mesmo que não sejam fãs de hard rock, podem se identificar com o filme.