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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Os problemas das diversas casas do rock em Blumenau

Tenho procurado conhecer lugares que recebem eventos de rock em Blumenau. Quem escreve sobre música deve ter uma noção do que o público pode encontrar. Fui a um festival na rua 2 de Setembro há duas semanas. Tocaram oito bandas de várias vertentes do rock – grunge, alternativo, metalcore, heavy/thrash metal, indie, pop punk... Como costuma acontecer em eventos semelhantes, alguns músicos pediram que os fãs não deixem a cena a cena independente morrer em Blumenau.

Dono do Bar do Erich argumenta com PM.
Público reclama por que fiscalização
não é rigorosa com outras casas noturnas.
(Reprodução/Facebook)
“É galera... Vamos ter que juntar alguns trocados e montar algo pra poder curtir e viver o rock underground de Blumenau, porque o Ahoy também fechou”, comentou no Facebook um jovem que participou do festival na Itoupava Norte. Mesmo limitando a circulação de pessoas com bebida entre as áreas interna e externa e reforçando o isolamento acústico, o bar está temporariamente impedido de ter música ao vivo. Na última sexta-feira (10), foi a vez de moradores da região da Rua das Palmeiras reclamarem do lendário Bar do Erich. Uma semana antes a polícia interrompeu uma festa na rua Itajaí.

O rigor da fiscalização causa revolta entre os fãs das diversas vertentes do rock. Não se vê acontecer o mesmo com baladas onde tocam os estilos da moda. O sentimento é que frequentadores dos bares de rock estão sendo prejudicados por um jogo de interesses, que envolveria poder público e os empresários das cassas noturnas mais lucrativas. Mas nem todos os lugares que costumam organizar eventos com bandas têm condições de fazer isso. Então, assumem o risco de uma festa acabar antes da hora porque tentam ir além dos limites indicados nos documentos.

O Ahoy deve ser o primeiro nome lembrado quando se fala em rock em Blumenau, chegando ao exagero de ser chamado de “a casa” do estilo na cidade. O bar abre todos os finais de semana e precisa de dinheiro para manter a estrutura. Consequentemente, acabam tocando bandas que atraem mais público. Então, a programação, não só do Ahoy, mas de barzinhos (Butiquin Wollstein, Don Lucchesi, The Basement e Winchester) repete as mesmas bandas com repertório de covers de clássicos do rock (com algumas músicas próprias). Às vezes esse revezamento é quebrado com shows de bandas tributo ou independentes com certa fama na cena musical. (Repare na agenda que eu publico todas as semanas no Blumenews.)

Seguindo essa lógica profissional do mercado, muitos estilos ficam sem espaço. Metal, hard rock, punk, hardcore, grunge e entre outras vertentes, vão parar geralmente em lugares adaptados, sem estrutura, mas que cobram aluguéis mais baratos. Isso porque geralmente quem organiza esses eventos não ganha a vida como empresário de banda. São fãs que doam tempo e chegam a investir dinheiro do próprio bolso para que o público conheça bandas novas.

Saiba mais sobre a proibição de música ao vivo no Ahoy! aqui