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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Público completa o noticiário

Página do vc repórter. Por aqui o cidadão comum pode enviar seu registro.
(Reprodução/vc repórter/Portal Terra)
"Hoje eu posso dizer que o jornalismo cidadão faz parte da minha vida e que eu fico muito feliz quando uma sugestão minha ou uma foto que enviei vira notícia através de profissionais qualificados de jornais e sites de notícias”, diz o bancário Jaime Batista da Silva, segundo maior colaborador do canal vc repórter do portal Terra.

De maneira resumida, chama-se jornalismo cidadão, colaborativo ou participativo a divulgação de informações na internet por pessoas comuns que testemunham fatos. Elas batem fotos, fazem vídeos e/ou escrevem textos sobre acontecimentos que jornais, revistas, emissoras de rádio e TV não cobrem.

Então, o material é geralmente enviado para espaços oferecidos em portais, como vc repórter e VC no G1 – em que o conteúdo passa pela avaliação de jornalistas profissionais – ou publicado em blogs. Esse tipo de participação do público aumentou com a popularização de câmeras de digitais – fotográficas, principalmente – e facilidade de acesso à internet.

“Os profissionais precisam da ajuda da comunidade para interagir e ter informações sobre o que está acontecendo nas cidades e onde muitas vezes um jornalista não está presente”, afirma Jaime, que mandava fotos para jornais da região de Blumenau e intensificou o trabalho depois da tragédia de 2008.

Há muitas dúvidas em relação à credibilidade e a qualidade do material enviado porque não é produzido por jornalistas profissionais, que teoricamente tem mais cuidado na apuração das informações. Mesmo assim, emissoras de TV atualmente pedem que os telespectadores enviem fotos e vídeos, também disponibilizando o contato da produção e outros meios de interação ao vivo entre apresentador e público.

Além dessas formas mais comuns de participação, Béio Cardoso, professor de Jornalismo Digital do Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes), cita que alguns jornalistas antecipam o assunto das pautas pelas redes sociais. Assim, o público pode colaborar sugerindo fontes e até com material. “Eu não pego mais um conteúdo, guardo às sete chaves e depois mostro. Muito pelo contrário. Eu pego a bandeira: ‘Vou falar sobre isso... Me ajudem!’”

Assim, como os cidadãos que registram os fatos, o professor do Ibes fala que os jornalistas devem aproveitar as oportunidades quando têm câmeras digitais, conexões de internet móvel, entre outras facilidades tecnológicas à disposição no momento. “Se tem um acidente e a pessoa é médica, a pessoa vai ali e ajuda o acidentado. Se você é jornalista e aconteceu um fato, você tem que documentar. Um profissional da área de jornalismo tem que entender que isso tá no DNA dele.”

Exposição

As fotos de Jaime ficam expostas na Câmara de Vereadores de Blumenau (anexo ao prédio da Prefeitura) até esta sexta-feira (3). A partir de segunda (6), o público poderá conferir o trabalho do repórter voluntário no Instituto Blumenauense de Ensino Superior – Ibes (Rua Pandiá Calógeras, 272), como parte do 4º Festival Interdisciplinar de Comunicação (ICOM).


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